É possível salvar nossos mangues?

Hoje, 26 de Julho, é o Dia Mundial dos Manguezais. Que tal refletir sobre a problemática envolvendo os manguezais e as possíveis soluções? Que tal ir além disso e agir efetivamente? Se cada um fizer um pouco, dentro de um processo agregador e orientador, podemos ter resultados maravilhosos para todos, inclusive, para a natureza. Nesse sentido, estou desenvolvimento e propondo o Projeto HiperParque Mangue Vivo e vários de seus subprojetos que, no meu entender, são importantes para Grande Natal e, especialmente, pra sua região estuarina e litorânea.

Inicialmente, a ideia é que o HiperParque Mangue Vivo seja um Programa de orientação, estimulação, integração ou articulação que ajudará a criar e desenvolver uma Reserva Ambiental envolvendo todo o complexo estuarino Jundiaí-Potengi, nos municípios de Natal, Macaíba e São Gonçalo do Amarante, dialogará e agregará entes públicos e privados,  para juntos desenvolverem ou adaptarem equipamentos turisticamente atraentes e ecologicamente adequados, em formados de estações ou parques, inclusive, lineares, no entorno dos estuários, para que possibilitem ganhos reais nos processos de conservação ambiental e cultural e no desenvolvimento sócio-econômico sustentável, com base no turismo. O projeto pretende estimular a interiorização e massificação do turismo, especialmente, o local e regional, nas suas especialidades: pedagógico, cultural, religioso, de aventura, esportivo, gastronômico, etc. 

Mesmo que o HiperParque Mangue Vivo seja apenas conceitual, ele deverá servir para estimular e orientar o desenvolvimento de vários projetos de parques concretos, além de estratégias ajudem na promoção, valorização, preservação e desenvolvimento sustentável na região do contexto e entorno do complexo estuarino Jundiaí-Potengi. O projeto (ideia) do HiperParque é, ao mesmo tempo,  um ponto de partida e um de chegada, que necessariamente deverá agregar pessoas dispostas a colaborar com conhecimentos, inclusive, técnicos para  que ajude a elaborar um projeto mais técnico que artístico-intuitivo.


A seguir teremos um mapa geral do projeto situando o que já existe, o que está em desenvolvimento e o que poderá existir. Algumas das ideias ou subprojetos já estão em razoável estado de experimentação. Quem quiser participar mande um e-mail para Mande-nos um e-mail para hidronapraia@bol.com.br e/ou milttao@gmail.com














Para promover educação e apoiar o desenvolvimento de vários desses projetos ligados ao HiperParque Mangue Vivo nasceu o Projeto Escola Móvel Mangue Vivo. Para desenvolver estruturas móveis de apoio pra atividades educativas foram comprados dois ônibus (com mais de 20 anos de idade) para serem restaurados e adaptados. Os recursos foram provenientes de mais de 10 anos de forçado economia do idealizador e coordenador do projeto, o professor de educação física, ambientalista, ecoesportista e cicloativista milton França Jr. (Prof. Milttão).


Procure os textos referentes a esses projetos no nosso blog e blog auxiliares.

Antes finalizar essa exposição de boas ideias e projetos para a região estuarina Jundiaí-Potengi, é fundamental que se exponha também a situação crítica que perdura na região, sem os devidos freios dos organismos legalmente competentes, através do forte e importante relato da Bióloga e Ambientalista Rose Dantas.

Memória:


É com tamanha tristeza que venho a relatar um pouco do ‘ Desastroso Acidente Ambiental ocorrido no último dia 28/07/07 aqui nos Rios Jundiaí e Potengí”, junto à cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, matando mais de 40 toneladas de peixes, crustáceos, mariscos e muitas outras espécies que se reproduziam naquele estuário (moréias, arraias e aves), inviabilizando a pesca para toda a comunidade ribeirinha.
Como alguns dos colegas já tomaram ciência do ocorrido pela imprensa, reforço mais alguns detalhes do acidente: a situação hoje dos Rios Jundiaí e Potengí é sem dúvida gravíssima, pois tenho monitorado desde o acidente a tentativa de subida dos animais naquele estuário e lamento muito pela real ausência de vida que se encontra no Estuário do Potengí neste momento.
Em meu relatório como especialista naquele estuário, diagnostiquei vários crimes que afloram por todos os lados. Cito que os maiores poluidores são o Governo do Estado e a Companhia de Água e Esgoto – CAERN, lançando diariamente todos os seus efluentes, sem o devido tratamento, para o estuário e o mais grave é que tudo está amparado por lei.
As Imunizadoras Potiguar e Rio Grandense que fazem o papel da CAERN, têm Licença do Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – IDEMA, visto que toda a OUTORGA para tratar a água e os esgotos é da CAERN.
A Carcinicultura é uma das atividades que mais causa impacto no estado do Rio Grande do Norte, tomando toda a faixa do estuário do Rio Potengí. Agora essa atividade convive harmoniosamente com o órgão ambiental, que era para não conceder licenças e quando as concede caberia fiscalizar. Os carcinicultores são os donos do manguezal e nós ambientalistas ficamos amarrados a todas essas injustiças, pois a própria justiça que poderia fazer alguma coisa não cumpre com o seu papel.
O IDEMA concede autorizações sem critérios, deixando todas as áreas vulneráveis aos crimes e a natureza sempre pagando o preço mais alto. Penso que se todos nós nos unirmos, venceremos essa batalha que é, na verdade, parte de uma autêntica guerra !...
Confesso que minha luta tem sido árdua, sou neste momento uma andorinha solitária, pois o povo tem medo de falar e peço ajuda a todos que divulguem essa injustiça ambiental e social. O dia 28 de Julho jamais irei esquecê-lo, só não morreram muitas outras pessoas porque cheguei a tempo, avisando a todos os pescadores do risco de comerem aquele pescado. Confesso que não cheguei a tempo para salvar o pescador Francisco e a senhora Damiana que perdera sua filha ainda em seu ventre.
Ressalto ainda que o saldo é doloroso, porque o governo faz vista grossa e ainda nada fez por aquelas pessoas. Os pescadores perderam a vontade de viver, andam agora a mendigar pelas ruas e isso é que precisa ser visto pelas autoridades do mundo int - Assinado na luta contra os poluidores, pois os pescadores só acreditam em mim e no presidente da colônia.
eiro, não só do Brasil. Eu, juntamente com a colônia dos pescadores estou coletando assinaturas para um Abaixo  - Assinado na luta contra os poluidores, pois os pescadores só acreditam em mim e no presidente da colônia.
Este Post é crédito e responsabilidade da autora: Rose Dantas - Bióloga

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