Natal poderia ter uma Capela da Padroeira dos Ciclistas

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(Apoiado num Texto de ALEXANDRE C.N. - IR E VIR DE BIKE)

Poucos ciclistas brasileiros sabem que existe oficialmente a Padroeira dos Ciclistas, a Nossa Senhora de Ghisallo ou Madonna del Ghisallo. E uma boa data pra pedir sua proteção é no Dia brasileiro de Finados, 02 de Novembro, afinal, presume-se que centenas a milhares de ciclistas morram todos os anos no Brasil vítimas de acidentes no trânsito. 
No Rio Grande do Norte, como no Brasil, não há estatísticas oficiais sobre o número exato de ciclistas mortos nos últimos anos, especialmente, considerando-se as mortes instantâneas e as mortes tardias, aquelas que acontecem dias após o acidente, mas sendo consequência desse. 
Só esse ano, que ainda faltam dois meses para acabar, o número de ciclistas mortos no RN deve superar 30. Assim, toda proteção em bem vinda, principalmente, para quem anda na ciclofaixa suicida de 3 metros de largura da Avenida Prudente de Morais, que é compartilhada por ônibus de 2,60 metros de largura. 
Sobre a Padroeira dos Ciclistas. 
Para quem não sabe ou não lembra, Madonna di Ghisallo é uma colina na região da Lombardia, no norte da Itália. Recebeu esse nome após uma aparição da santa ao Conde Ghisallo que, na Idade Média, ao ser atacado por bandidos, se refugiu em uma capela e viu sua imagem.
Como a região fazia parte do Giro di Lombardia, importante prova ciclística italiana, o padre local, Ermelindo Viganò, propôs que a santa fosse declarada padroeira dos ciclistas. A sugestão foi acatada pelo Papa Pio XII e a Nossa Senhora de Ghisallo foi consagrada oficialmente em 1949.
O santuário acabou se tornando centro de romaria de ciclistas do mundo todo e acabou se transformando em um pequeno museu, com as paredes da capela adornadas por camisas de ciclistas famosos, flâmulas de equipes, além de fotos e bicicletas, dentre as quais se destaca a do ciclista italiano Fabio Casartelli, campeão olímpico de 1992, em Barcelona, e que morreu durante uma etapa do Tour da França em 1995.
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Santuário de Madonna di Ghisallo, na Itália: chama eterna em homenagem aos ciclistas que morreram.
Na capela, onde fica a imagem da Madonna di Ghisallo, há também uma chama eterna, em homenagem a todos os ciclista que já morreram. 
Com o tempo, a coleção da capela ficou tão grande que, ao seu lado, foi criado o Museu do Ciclismo para guardar parte do acervo. Para comemorar a criação da Fundação Museu del Ciclismo Madonna del Ghisallo, em 2000, foi promovida uma corrida da capela até o Vaticano. Os ciclistas levaram uma tocha que foi entregue ao Papa João Paulo II. A construção do museu, em um prédio de arquitetura moderna, foi finalizada em 31 de maio de 2006 e foi abençoada pelo Papa Bento XVI. Fazem parte do acervo do museu bicicletas da época da Primeira Guerra Mundial até modernas bikes de carbono. No museu, também é possível ver uma edição de 1903 do jornal l’Auto, anunciando o primeiro Tour de France.
Por que não uma réplica da Capela da Padroeira dos Ciclistas em Natal? 
Acabei de saber que o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Nunes Alves, está desde ontem numa expressiva comitiva pelo Europa. Inicialmente, passou por Portugal (ontem) para solicitar autorização do Bispo do Santuário de Fátima para que Natal possa construir oficialmente uma réplica da capela da aparição de Nossa Senhora de Fátima. Seria a segunda no Brasil, pois já existe uma no Rio de Janeiro. Ao obterem êxito na solicitação, o prefeito declarou que Natal terá aumento no número de devotos da Santa Fátima e nos números do quase inexpressivo turismo religioso. Se isso vai trazer turistas para Natal só o tempo dirá. Mas, para ter mais garantias, a imagem da Santa Fátima vai ser abençoada pelo Papa Francisco no Vaticano.
Daí vem minha provocação salutar. Como estará hoje em Roma, vai falar com o Papa, que ampliar o turismo religioso e ainda quer incentivar o ciclismo, por que não aproveitar a oportunidade e já pede ao Papa para copiar também a Capela do Santuário Madonna Di Ghisallo, a Padroeira oficial dos Ciclistas? Seria a primeira réplica oficial no Brasil ou talvez no mundo, o que daria visibilidade e incentivo para o turismo religioso e o cicloturismo. Onde será? Bem, essa será uma outra postagem. Abraço.
Por Prof. Milton França Jr.: Educador, Ativista e Eterno Educando.

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