Cadê a Usina Papa-Lixo de Natal?

Faz alguns anos, também véspera de uma eleição, que o então prefeito Carlos Eduardo noticiou com toda a atenção da imprensa, de ambientalistas e de outros formadores de opinião, que Natal, capital do Rio Grande do Norte, situado no nordeste do Brasil, teria a primeira USINA "PAPA LIXO" em escala comercial do Brasil. Ela seria instalada em curto tempo no antigo Lixao de Cidade Nova.

A Usina Papa-Lixo, com tecnologia americana, transformaria quase todos os lixos, inclusive, os tecnicamente chamados de RSU's (Resídios Sólidos Urbanos) e RSI's (Resíduos Sólidos Industriais), principalmente, aqueles sem muito valor econômico em reciclagem, em combustíveis geradores de energia elétrica, como o óleo biodiesel, além de madeira biossintética impermeável e durável e um combustível sólido para fornos siderúrgicos.

A alta lucratividade da Usina estaria ao transformar praticamente todo lixo, inclusive, os resíduos que iriam com pagamento para aterros sanitários e também o passivo que lá estivesse enterrado em valioso ativo econômico. Em vez da prefeitura pagar ela iria receber pelo lixo tratado pela nova tecnologia norte-americana. Os ganhos dessa suposta Usina Papa-Lixo em Natal seria tão grande que em poucos anos seria pago  a enorme dívida milionária da URBANA, calculada na época em mais de 100 milhões de reais.  

O projeto foi trazido por uma empresa brasileira que tinha o direito de uso da tecnologia norte-americana em território brasileiro. Seria criada uma SPE- Sociedade de Propósito Específico, entre a tal empresa e a URBANA. Essa nova empresa é que implantaria e operaria a fantástica USINA PAPA-LIXO, que faria a revolução do tratamento lixo e poderia ser um dos mais importantes ativos de arrecadação municipal, que tornaria a URBANA finalmente economicamente sustentável.

Apesar de encantado com a ideia da USINA, como ambientalista que sou, fiquei desconfiado com tamanho presente para Natal. Perguntava-me, por que escolheram Natal? Com um pouco de pesquisa sobre a empresa e alguns de seus sócios descobri que essa tentou implantar o projeto da USINA em vários municípios do Brasil e em nenhum avançou. Era sinal claro que se tratava de um caó, uma enganação pré-eleitoral, quer dizer, mais um caó do atual pré-candidato a governador Carlos Eduardo Nunes Alves, o destruidor da Orla Central.

Uma pré-candidata natural ao governo do estado está indo, ao que parece, também nesse direção de mega projetos revolucionários. Complexos "estocadores de vento" (não seria de energia potencial?), porto-indústria em Porto do Mangue, Complexo produtor de Hidrogênio Verde, entre outros. Fora o porto em Porto do Mangue, que é um caó ou uma grande furada, alguns alguns projetos são tecnicamente possíveis. Mas, o cheiro de falácia pré-eleitoral está forte no ar e dados enganosos dão a direção. Por exemplo, dados fornecidos pelo secretário Jaime Calado são muito otimistas, quando não grosseiramente equivocados. A viabilidade dos projetos de eólicas no mar na costa potiguar e sua relação com o quantitativo de projetos protocolados no IBAMA dos outros estados do Brasil; a implantação de um complexo de produção de H² Verde e outros derivados vinculado vinculados a projeto de Eólica Offshore Alisios Potiguares. Muitos dados e previsões não batem. Falarei mais sobre numa postagem específica.

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